Sancent, a ilha do charme

Em São Vicente é a mais europeia das ilhas de Cabo Verde (ou será que é a ilha mais a Sul das Canárias), e o Mindelo é a cidade bom ambiente: uma cidade cheia de vida com um charme próprio, o tamanho certo e a quantidade de turistas certa, uma praia decente, avenidas amplas, pouco trânsito, bons transportes, excelentes cafés e restaurantes, boa música, nunca me pediram dinheiro, nunca senti perigo de ser roubado, nunca me tentaram enganar numa compra.
É verdade quem quer praia vai para outras ilhas, as do Mindelo e principalmente baia das Gatas desiludiram. A vista do monte verde é bonita mas não se compara a Santo Antão.
Fotos são 3 do mercado de peixe, 1 da vizinha "torre de Belém" do Mindelo, 1 do mercado de fruta e legumes, 4 de algumas avenidas e edifícios de estilo colonial, 2 vistas do forte primeiro da marina depois da praia da Laginha, 2 vistas do monte verde primeiro Mindelo depois baia das Gatas, 1 baia das Gatas, 1 praia do Calhau, 3 vila do Calhau.

O "resto" de Santo Antão

Santo Antão, ou Sontonton como se diz no dialético local, tem 2 partes muito distintas e rivais:
- o Nordeste da ilha, a este de Cruzinha da Garça e a norte de Paúl é verde e fertil devido às enormes ribeiras e a um micro-clima mais chuvoso, produz-se aqui mais do que no restante Cabo Verde, e chegam muitos turistas para caminharem nas espantosas trilhas pelas montanhas, há quem diga as melhores de Africa depois do Kilimanjaro. Esta zona alberga 2/3 da população da ilha, Ribeira Grande (na verdade são 2 ribeiras enormes que aqui desaguam) é a segunda maior cidade da ilha e tem um aeroporto desativado por falta de segurança. O mar é muito agitado por isso a pesca é limitada.
- o "resto", com a exceção de uma pequena ribeira a norte da vila de Curral das Vacas, varia entre o montanhoso, o árido e o estéril, no periodo das chuvas que nesta zona dura 2 meses consegue-se alguma produção agricola para subsistência mas se não fosse a pesca e produção do Nordeste morreria-se aqui à fome e mais ainda à sede. Aproveitando o mar mais calmo além da pesca local também são atraídos para aqui turistas para mergulho e pesca desportiva. É aqui que se situa a maior cidade da ilha - Porto Novo - onde está o Governo da ilha, o porto e onde estará o futuro aeroporto.

Com a exceção de Chipre (ou talvez mesmo considerando Chipre) não poderia haver maior rivalidade numa mesma ilha. Nos argumentos contra o centralismo de Porto Novo estão os preços cobrados nas taxas portuárias e nos transportes. Todos os turistas com destino ao Nordeste têm que entrar por aqui e pagar o transporte (ao incauto turista que chega pela primeira vez chega a ser cobrado 4 vezes mais ir de Porto Novo a Ponta do Sol do que quando volta de Ponta do Sol a Porto Novo). Toda a produção do Nordeste tem que ser escoada para outras ilhas por este porto e pagar aqui taxas.

Fotos da chegada a Porto Novo, um furo de pesquisa de àgua numa ribeira seca no centro da ilha subsidiado pela UE, 2 fotos de mergulho próximo a Porto Novo, do ilhéu Lombo de Boi (excelente local de mergulho) e do farol que fica em frente.

Nas trilhas de Santo Antão

Fiz as duas trilhas mais conhecidas: Ponta do Sol - Cruzinha da Garça (8 fotos) e Cova - Paúl (12 fotos).
As fotos são respetivamente de Ponta do Sol, 3 de Fontainhas, Corvo, Ribeira de Aranhas ao fundo e mais 2 deste caminho de cabras sempre a subir ou a descer, nunca a direito. Na foto onde apareço está também um farol muito ao fundo que indicava o destino final, parecia perto, talvez 1 hora de caminho, afinal foram 3.
As fotos da segunda trilha são do estreito ainda no acesso ao início, da vista lá de cima, da cova (como é chamada a cratera deste vulcão inativo) e da vista lá de cima onde se vê a vila Corda, o meio da descida, 2 da trilha sempre a descer, a primeira vez que vi da trilha a vila de Paúl destino final (lá bem ao fundo entre as montanhas), e mais 4 fotos de um caminho pituresco.

O melhor São João é no Porto...Novo

A viagem iniciou-se em São Vicente, mas a eminencia de festa rija arrastou-me logo para Santo Antão.
Logo  à chegada a procissão em estilo africano, maracatu (batuqueiros que animam o cortejo tocando vários instrumentos de percussão), apitos e toda a gente a saltar no ritmo (4 primeiras fotos e vídeo). Agricultores que vieram de toda a ilha agradecer a boa colheita doam uma espiga ou rama.
Depois, 2 fotos da corrida de cavalos do dia seguinte, e 2 fotos da procissão de encerramento em que a estátua do santo saí de Porto Novo acompanhada pelos crentes e é entregue numa igreja a 30 Km de distância... e estava calor... e era a subir.