sábado, maio 13, 2006

Roteiro gastronómico

Face a alguns dos últimos posts e porque sei que muitos de vós se perguntam - "Será que o Pedrito se está a alimentar bem por essas terras estranhas?" - urge fazer a seguinte clarificação. Não faltam calorias na comida chilena. É com isto que eu me deparo quando me sento num restaurante.
Para entrada:
- para beber um Pisco Sour: 3 partes de pisco (licor local à base de uva), 1 parte de sumo de limão, açucar e bastante gelo triturado, tudo bem misturado. É um cruzamento de uma margerita, um vodka com sumo de limão e um granizado.
- para comer umas empanadas de horno ou empanadas de queso: empadas enormes de carne ou queijo.
Para prato principal tenho à escolha:
- Chorillana (prato típico de Valparaiso): uma montanha, em que a base é batata frita e topo é uma mistura de ovos escalfados com cubos pequenos de carne de porco e vaca e cebola frita.
- Bife a lo pobre: bife e meio, cebola frita, batatas fritas e dois ovos estrelados.
- Curanto: um guizado com todos, frango, chouriço, carne de porco, ameijoas, mexilhões, camarões, peixe, batatas e legumes.
- Paila marina: sopa de peixe e marisco.
- Cazuela de vacuno ou cazuela de ave: cozido de arroz e milho com carne de vaca ou frago.
- Vários tipos de bivalves ao vapor.
- Vários tipos de peixe a la plancha, al jogo, al vapor ou frito: corvina, salmón, merluza, reineta ou congrio.
- Todo o tipo de churrasco estilo argentino: bife chorizo, asado de tira, bife de quadril ou parrillada.
Para beber: o muito valorisado vinho chileno seja branco ou tinto, eu vou mais para a cerveja (schop chico).
Para sobremesa:
- Ananás ou pessegos.
- Castanhas ou figos em calda.
- Gelado estilo italiano.
- Amendoas torradas com açucar.

Mais fotos de Valparaiso e arredores

No último dia em Valparaiso e na viagem de regresso a Santiago ainda deu para tirar algumas fotos que agora partilho com vocês.
Primeiro uma vista e dois edifícios do centro de Valparaiso, depois eu, de novo em Casablanca... mas só de passagem, para tirar umas fotos de uma viña.







quinta-feira, maio 11, 2006

Neruda

Ontem fui visitar a casa museu de Pablo Neruda em Santiago, já tinha visitado outra em Isla Negra. Visitar a casa de um escritor famoso não me atraí muito, não é como se ele tivesse escrito as suas obras pelas paredes da casa. Mas Neruda é mais do que um escritor, é um filósofo, e cada lugar por onde passou tornou-o especial. Vale a pena nem que seja para admirar as suas estranhas colecções e hábitos ou a originalidade da arquitectura. Confesso que não o li, mas mesmo assim sinto-me "desencaminhado" por ele. Este poema aplica-se que nem uma luva á minha situação actual:
Morre lentamente

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,quem não ouve música,quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,quem não se deixa ajudar,morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,não se arrisca a vestir uma nova corou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,não pergunta sobre um assunto que desconheceou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"
Pablo Neruda
As duas primeiras fotos são da casa de Santiago, as outras da casa de Isla Negra.










La Campana

No domingo fui visitar o parque nacional La Campana que fica a cerca de uma hora de carro de Valparaiso. É muito bonito mas foi muito cansativo. Fiz a caminhada Sendero Andinista considerada apropriada para experienced hikers, o que não me parece mal classificado. São 7 Km por trilhos de montanha para tempos estimados de quatro horas e meia para subir e três para descer. Ficam aqui as fotos, as três primeiras a meio do caminho e as restantes lá em cima.












terça-feira, maio 09, 2006

O parquímetro humano

O Chile tem um sistema de pagamento de estacionamento nas cidades bastante simples e eficaz.
Cada rua é controlada por um cidadão devidamente identificado que anota a que horas chegaste (normalmente até te as diz logo que deixas o carro para que não haja mal entendidos) e quando voltas pagas-lhe o correspondente a 300 pesos por cada meia hora (equivale a 0,5 €).
Não têm os problemas de Lisboa: condutores que não pagam apostando na sorte, parquímetros avariados e que não dão trocos, arrumadores mal encarados que te riscam o carro se não deres o suficiente, e aqui ainda pagas sempre a quantia certa (quantas vezes fui tratar de um assunto para o qual devia demorar 10 minutos e afinal foram 2 horas, ou o inverso, depois de estacionar e pagar 2 horas descubro que onde queria ir está fechado ou mudou de local).

Hoje é feriado

Hoje estou de feriado. Não é feriado nem no Chile, nem em Portugal, nem sei se é em algum lugar, mas hoje eu estou de folga, só saio do hotel para comer.
É que ontem exagerei. Fui ao parque de La Campana e fiz uma caminha de 7 Km. Estou cansado mas valeu a pena. Futuramente escreverei mais sobre esse dia.
Hoje tenho mais tempo para escrever mais sobre o que ando a fazer por cá.
Na sexta-feira fui a esta sessão de Jazz:

Adorei. Quem disse que a música é uma linguagem universal referia-se certamente ao Jazz. Mas é mais do que música, é mais do que se ouve, é o que se sente.

A outra música pode-se ouvir de qualquer forma: no rádio do carro no meio do transito, ao vivo num estádio de futebol, numa discoteca ou no metro com um leitor de MP3, é sempre igual. Mas o Jazz é diferente, só se sente realmente quando é tocado numa cave enfumarada, sobrelotada e a menos de meia luz e para onde toda a gente foi para ouvir a música, não para falar, namorar ou engatar.
Essa noite teve tudo isso.

segunda-feira, maio 08, 2006

Praias do norte de Valparaiso

Como prometido, algumas fotos do litoral norte de Valparaiso, inclui Viña del Mar, Reñaca, Concon, Zapalla e Papudo.







domingo, maio 07, 2006

Me encanta el Chile


O Chile é lindo. Para dar uma ideia do que estou a falar, só nos dois primeiros dias tirei 217 (duzentos e dezassete) fotos. Isto para mim é mesmo muito, não me lembro de ter tirado num dia mais de 30 fotos que não incluisse peixes, tartarugas ou naufrágios.
As melhores fotos não as consegui tirar. Nem sempre é possível parar no local que se quer, seja na auto-estrada seja numa pequena estrada de montanha.
As fotos são de três praias a sul de Valparaiso, El Tabo, Tunquén e Quintay, o pôr do sol no farol de Punta Curaunilla (não se nota mas a ilha à esquerda estava repleta de leões marinhos) onde cheguei conduzindo el super coche (que aparece na última foto) por 10 Km de caminhos de terra.
Publiquei também um mapa para terem ideia por onde ando (acessível pelo link Mapa).
Amanhã publico as fotos do norte de Valparaiso.