Capri (a ilha)

Confesso o meu preconceito: abomino locais "que se acham", demasiado caros, snobs e exclusivos, onde interessa é ser visto. Também não morro de amores por destinos turísticos de passagem, onde os tours chegam e partem num mesmo dia, seguindo sempre na mesma trilha e tirando sempre as mesmas fotos.
Estive para passar ao lado de Capri e cheguei convencido de que vinha para poder dizer mal com exatidão.
Marina grande, é tudo o o que eu esperava (e não queria) - confuso e lotado. O centro seguia o mesmo caminho - nas 3 praças seguidas na via roma só se vê turistas a tirarem fotos em todas as direções, a arrastarem malas de rodas inapropriadas para a calçada antiga, lojas de souvenires e restaurantes com preços escandalosos. Na via vittorio emanuele ouvi um guia dizer com orgulho "aqui as lojas são tão caras como em Milão ou Paris". Encantou-me o jardim e miradouro de Augusto, mas ainda não convencido afinal, todos os destinos turísticos têm miradouros. Resta-me fugir dos turistas...
Anacapri é mais calmo, com mais espaço e uma elegância simples, e a melhor vista da ilha. A Marina pequena tem a água mais azul de Capri,  felizmente é difícil para os turistas de um dia aqui chegarem o que torna o local muito tranquilo.
O caminho para as villas lysis e jovis no extremo este da ilha revelaram uma Capri diferente - vários quilómetros de vielas de 1 metro e meio rodeadas de jardins, hortas, limoeiros e a ocasional B&B ou villa, é certo, coisa para vários milhões mas de um bom gosto que não se compra.
A minha ideia de Capri é que é um local que se vende bem, exacerba as suas virtudes mas protege-se da multidão. A típica casa tem um jardim com três limoeiros, uma figueira, duas fiadas de vinha em latada, uma horta e algumas roseiras. Acredito mesmo que aqui seja requisito para se manter na posse de 5 metros quadrados os tenham que "arranjar", ou então será porque os locais o fazem com gosto, procurando tornar a sua terra mais bonita... mas porque não é assim em todos os sítios?