segunda-feira, agosto 23, 2021

Ronda

Ronda obteve o seu nome por estar rodeada de montanhas (redondeada), e é em cima mesma um planalto a 120 metro de altura, dramaticamente escupilda, está dividida em 3: a cidade velha para lá da ponte, que mantém a estrutura árabe é quase intransitável de carro; a cidade nova no centro histórico mais organizada onde estão a maioria dos restaurantes, hoteis e comércio, ambas com influência morisca e romana, ambas com várias mansões renacentistas, igrejas adaptadas de mesquitas e indescritíveis vistas uma da outra, da ravina, da montanha e dos campos à volta; a cidade nova fora do centro histórico, igual a tantas outras mas é o que a faz funcionar, é onde estão os supermercados, as bombas de gasolina, os terminais de transportes públicos.
Na cidade velha apetece andar sem rumo, descobrindo cada recanto novo, cada nova vista de um novo ângulo sobre o "outro lado" mas nunca estamos verdadeiramente perdidos porque há uma ravina à volta e a meio, qual elefante no meio da sala é a ravina no meio da cidade.
Serviu de inspiração para muitos: Hemingway escreveu 2 livros passados aqui, Mary Anne Evans, Orson Wells, também para o conto "Carmen" de Merimée que viria a inspirar a ópera com esse nome, o poeta alemão Rilke a batisou de "cidade dos sonhos" (bem antes de Nova York ou Mumbay serem cidades a sério) mas os espanhois chamam-na de "cidade sonhada", quem a definiu melhor foi a poetisa Lady Tennyson "Ronda é, de facto, um daqueles lugares únicos. Não conheço nada que se lhe possa comparar".
Não é a cidade perfeita, talvez nem seja a mais bonita, é diferente.















 

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